quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Ilha da fantasia
"A única forma de se livrar, ou mesmo de aliviar, o retorno periódico do ciclo econômico - com seu clímax, a crise - é rejeitar a falácia de que a prosperidade pode ser produzida pelo uso de instrumentos bancários para tornar o crédito barato." - Ludwigvon Mises
Estamos vivendo uma fantasia criada por uma bolha de crédito estimulada e inflada por nosso governo.
Nos últimos dias os jornais divulgaram notícias aparentemente desconexas, mas que no fundo são frutos do mesmo mal, gastar o que não se tem.
O calote argentino marca o fim de um ciclo de um governo que gastou sistematicamente muito mais do que arrecadava e em nenhum momento cogitou a necessidade de um ajuste fiscal. Afinal, para a grande parte dos governantes, a riqueza pode ser criada através da impressão maciça de dinheiro. Como já comentado aqui, nossa sociedade tem, cada vez mais, receio de encarar a verdade.
A crise no futebol brasileiro está difícil de ser escondida. Recentemente, o presidente do Botafogo declarou que cogita "pedir licença" do campeonato brasileiro devido ao bloqueio das contas bancárias do clube em virtude do não pagamento de suas dívidas. O caso do clube carioca está longe de ser isolado. Mesmo com receitas limitadas e alto endividamento, os clubes brasileiros continuam pagando salários milionários aos seus jogadores e se endividando ainda mais. Todos parecem viver como se não houvesse amanhã, como se dívidas não tivessem que ser pagas.
Nosso governo, maior patrocinador desta enorme bolha de crédito, recentemente anunciou a diminuição do compulsório dos bancos na esperança de conseguir melhorar os números do PIB brasileiro. Recheado de economistas keynesianos heterodoxos o governo federal do Brasil resolveu levar ao pé da letra a afirmação de Keynes que "no futuro estaremos todos mortos". Logo, por que se importar com as gerações futuras? Por que medir as consequências dos seus atos? Vale tudo para permanecer no poder.
O resultado da falácia de que a prosperidade pode ser alcançada com crédito artificialmente barato sempre será o calote seguido de uma severa recessão. A Argentina já anunciou o seu, quanto tempo até o Brasil fazer o mesmo? É difícil precisar, mas se nosso desequilíbrio fiscal continuar, não há dúvida de que vamos seguir o mesmo inevitável caminho dos argentinos.
Seja através do calote, seja através de um rigoroso ajuste nas contas, o destino de quem vive uma fantasia, gastando mais do que ganha, é sempre o mesmo, o retorno a realidade.
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