Frédéric Bastiat, em sua sátira sobre a petição dos fabricantes de velas, abordou muito bem este tema. Neste texto, Bastiat faz uma petição aos políticos solicitando que a população seja obrigada a manter sempre suas casas com as janelas fechadas porque a indústria de velas não consegue competir com o sol.
Esta é a essência de todo subsídio. Uma empresa, ao não conseguir fornecer um produto a um preço competitivo, pede que o governo pague por uma parte e assim viabilize seu negócio. Os resultados desta ajuda governamental são facilmente visíveis: a empresa pode continuar produzindo, os seus produtos podem continuar se espalhando pelo país e os empregos podem ser mantidos. Esta foi justamente a resposta dada por Dilma no debate de ontem na bandeirantes ao ser questionada sobre a ajuda do BNDES à Cuba.
O que as pessoas raramente percebem são as outras consequências. Dificilmente alguém questiona de onde vem o dinheiro que o governo usou. A resposta é simples, ele é obtido através de impostos, uma vez que o Estado não produz nenhuma riqueza. Desta forma, toda a população paga, via impostos, para ajudar algumas poucas empresas. Esse dinheiro, que foi retirado da população e direcionado pelo governo a alguns privilegiados, deixa de ser utilizado para os fins que naturalmente cada um escolheria. Por exemplo, uma família deixará de comprar uma TV, irá menos a restaurantes, ou gastará menos com lazer. São estas empresas, que deixarão de receber o dinheiro que a população normalmente gastaria com elas, que muitas vezes vão a falência ou sequer surgem. Tais consequências quase ninguém vê.
Termino com uma passagem do excelente livro de Henry Hazlitt, Economia Numa Única Lição, que resume muito bem o que foi debatido neste artigo.
"Aquele empreendimento tão grande que "o capital privado não teria podido realizar", foi, na verdade, realizado pelo capital privado - pelo capital expropriado mediante imposto (ou, se o dinheiro foi tomado como empréstimo, acabará sendo expropriado também com impostos).
Precisaremos, novamente, fazer um esforço de imaginação para vermos as usinas de força e as habitações particulares, as máquinas de escrevere os aparelhos de televisão, que não se permitiu viessem a surgir, porque o dinheiro que se arrancara do povo, em todo o país, fora empregado na construção da fotogênica Represa de Norris."
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